Modernismo e o Caos Urbano no Brasil: Como o Movimento Transformou Nossas Cidades

7 de fev. de 2025

O Modernismo e o Caos Urbano no Brasil: Como o Movimento Transformou Nossas Cidades

O modernismo, movimento que prometia progresso e inovação, acabou se tornando um dos grandes responsáveis pelo caos urbano que vemos hoje nas cidades brasileiras. Se você já se perguntou por que tantas cidades no Brasil parecem iguais, monótonas e difíceis de navegar, a resposta pode estar justamente nas influências do modernismo e nas decisões tomadas nas faculdades de arquitetura e urbanismo.

Neste artigo, exploramos como o modernismo moldou as cidades brasileiras, os problemas que essa abordagem gerou e o que podemos fazer para reverter esse cenário.

Por Que Todas as Cidades Parecem Iguais?

Se você comparar o centro de uma cidade do interior do Paraná com o de uma cidade do Rio de Janeiro, Minas Gerais ou Pernambuco, notará uma semelhança impressionante. Os centros urbanos, que antes eram vibrantes e cheios de vida, hoje são marcados por prédios modernos que seguem um padrão repetitivo e pouco funcional.

O modernismo trouxe consigo a ideia de que as cidades precisavam ser "higienizadas" e "ventiladas". Isso resultou em regramentos que obrigavam os prédios a serem recuados, com espaços vazios entre eles e afastados das ruas. Enquanto cidades europeias, asiáticas e até argentinas mantiveram prédios colados uns aos outros, criando ruas movimentadas e cheias de comércio, o Brasil seguiu um caminho diferente.

O Problema dos Prédios Modernos

Os prédios modernos, com seus recuos e afastamentos, criaram uma sensação de desconexão com a rua. Em vez de ruas movimentadas e cheias de vida, temos "paliteiros" fincados no solo, como se vê em cidades como Balneário Camboriú. Enquanto isso, em Miami, por exemplo, os prédios ocupam quadras inteiras, criando uma sensação de continuidade e integração com o espaço urbano.

Essa mudança não foi apenas estética. Ela afetou diretamente a forma como as pessoas interagem com a cidade. Prédios recuados e afastados dificultam a caminhabilidade, reduzem a densidade urbana e tornam as cidades menos atrativas para o comércio e a vida social.

A Degradação dos Centros Urbanos

Outro problema gerado pelo modernismo é a degradação dos centros urbanos. Em cidades como Sorocaba, Maringá, Londrina e Feira de Santana, os centros estão perdendo população e se tornando áreas vazias e degradadas. Isso acontece porque os prédios antigos, construídos sob planos diretores mais antigos, ocupam mais terreno do que os permitidos pelas legislações atuais.

Como resultado, ninguém quer investir nesses prédios, preferindo construir em áreas periféricas, onde é possível seguir as normas modernas. Isso gera um ciclo vicioso: os centros ficam vazios, degradados e propensos a problemas como criminalidade e prostituição.

A Falha da Tecnocracia e a Necessidade de Mudança

O Brasil vive sob uma tecnocracia, onde o academicismo dita as regras sem considerar o conhecimento acumulado ao longo de milhares de anos sobre como construir cidades. O modernismo, com sua visão progressista, ignorou as lições do passado e impôs uma visão única e padronizada de urbanismo.

Para reverter esse cenário, precisamos repensar a forma como planejamos nossas cidades. Em vez de mais legislação, precisamos de menos regras que limitem a criatividade e a adaptação às necessidades locais. A legislação deve existir para evitar conflitos, não para impor uma visão única de como a cidade deve ser.

A Importância da Identidade Cultural

Uma das grandes perdas do modernismo foi a identidade cultural das cidades. Prédios novos no Nordeste, no Sul ou no Centro-Oeste do Brasil são praticamente iguais, sem qualquer conexão com a história ou a cultura local. Precisamos resgatar o tradicionalismo na arquitetura, criando edificações que reflitam a identidade e a história de cada região.

Conclusão

O modernismo trouxe avanços, mas também gerou problemas significativos para as cidades brasileiras. Para construir um futuro melhor, precisamos aprender com os erros do passado e adotar uma abordagem mais equilibrada e adaptada às necessidades locais.